terça-feira, 10 de julho de 2007
Arctic Monkeys - Fenómeno made in Internet
Esta grande banda indie-rock britânica, originária de Sheffield, bem pode ser apelidada como "fenómeno da Internet", já que a divulgação inicial deles, surgiu muito pelo "passa-palavra" cibernético, com um sucesso quase nunca visto. Isto resultou no facto de, mesmo antes de terem entrado em estúdio para gravar o seu primeiro album, já tivessem uma razoável base de fans.
Os seus elementos são actualmente Alex Turner( voz e guitarra), Jamie Cook(guitarra), Matt Helders(bateria e backing vocals) e Nick O’Malley (baixo), este a substituir o anterior membro Andy Nicholson. O conjunto formou-se em 2002, e em 2003 deu os primeiros concertos e gravou as primeiras demos, que foram muito divulgadas na Internet. Isto originou um enorme hype que os levou a ficar cada vez mais populares pelo norte da Inglaterra, chamando a atenção da rádio BBC e dos tablóides britânicos. Em 2005, gravam um EP, "Five Minutes With Arctic Monkeys", com as músicas “Fake Tales of San Francisco” e “From The Ritz to the Rubble”. O número de fãs era já surpreendente para quem nunca tinha sequer gravado um álbum.
Com o lançamento em 2006 de "Whatever People Say I Am, That`s What I`m Not", ultrapassaram nomes como os Oasis em termos de popularidade alcançada com um primeiro album, ao venderem na primeira semana na Grã-Bretanha nada mais nada menos que 360 mil exemplares. Um impacto imediato que já não se via praticamente desde os Beatles! Ganharam diversos prémios por este disco, como o Mercury Prize em 2006 e o NME Award, no mesmo ano.
No fundo este sucesso não surpreende, pois é de facto um dos melhores álbuns dos últimos anos. Pode-se dizer que este viaja por entre a raiva punk dos Sex Pistols, a irreverência mais pop própria de uns The Kinks, e por malhas mais clássicas como de uns The Who. Riffs bem ritmados, solos simples e com impacto, com uma dose razoável de loucura mas sem perder o fio á meada. "I bet that you look good on the dancefloor" foi o primeiro single (eleito em muitas publicações musicais como o melhor de 2006), mas é de destacar o rock de "Fake Tales of San Francisco", "When the sun goes down" e do alucinante "The view from the afternoon", as melodia pop de "Mardy Bum", ou o ambiente soturno e introspectivo de "Riot Van" .
Com um crescimento tão rápido em tão pouco tempo, ganharam o seu lugar no meio das grandes bandas de terras de Sua Majestade. E como sempre acontece, a expectativa com o lançamento de um segundo álbum foi crescendo. E não foi preciso esperar muito tempo para surgir a resposta do lado da banda, com "Favourite worst nightmare", surgido uns meses depois de terem lançado o single "Leave before the lights come on".
É essencialmente um trabalho de continuidade, com a mesma fórmula do anterior. Mas não considero isso propriamente negativo, pois o essencial continua lá, um conjunto bem alargado de grandes canções. O álbum tem um ínicio impressionante a 100 á hora com "Brianstorm", "Teddy Picker", "D is for Dangerous" (a minha canção favorita do álbum) e "Balaclava", mesmo á imagem da banda. "Fluorescent Adolescent" revela-se na minha opinião, uma das suas melhores canções, com um som pop muito bem trabalhado, e "Do me a favour" o maior ponto de originalidade do disco, uma belíssima canção a mostrar que a banda tem mais caminhos por onde seguir que o tipo de som que lhes é carcterístico. De realçar ainda "Old yellow bricks", com um ritmo contagiante.
Resta saber o que os próximos anos vão reservar a esta banda, se depois da fama vão alcançar a estabilidade necessária para fazer uma grande carreira e tornar-se um dos conjuntos mais marcantes do novo milénio. Aceitam-se apostas...
I bet you look good on the dancefloor
A view from the afternoon
Mardy Bum
Leave before the lights come on
Brianstorm
Fluorescent adolescent
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2 comentários:
E eu vou estar no Coliseu e nunca mais é Quarta!
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