terça-feira, 3 de julho de 2007

Mando Diao - Da Suécia para o mundo


Desde á cerca de 3 anos que são uma das minhas bandas de referência, e da qual sou um grande fã! Já bem conhecidos na Europa, e inclusive na vizinha Espanha, são ainda praticamente desconhecidos em Portugal, situação que acho que irá mudar radicalmente depois da sua estreia no nosso território, marcada para 13 de Agosto, no Festival Paredes de Coura.


Oriundos de Borlange, uma cidade no centro sul da Suécia (que lidera os rankings nacionais no nº de homicídios e casos de droga), são formados por Björn Dixgård (vocalista, guitarra solo, compositor), Gustaf Norèn (vocalista, guitarra ritmo, compositor), Carl-Johan Fogelklou (baixista, backing vocal), Samuel Giers (bateria) e Mats Björke (órgão e percussões). Têm no sangue o espírito do pop-rock dos anos 60 (bandas como Kinks, The Who e Beatles), com melodias bastante "catchy" ás qual se torna quase impossivél ser indiferente e não entrar na onda . Esta face da música tem sofrido uma onda de revivalismo enorme, na qual proliferaram conjuntos do género, como os Libertines, Maximo Park, The Kooks, etc.


Segredo? A simplicidade das canções, geralmente compostas de uma base simples de guitarra ritmo, baixo e bateria, com o típico "solo no momento certo" e teclados muito á Ray Manzarek (The Doors). Igualmente importante, a particularidade de a banda ter dois vocalistas e compositores que dividem funções: Bjorn canta umas, Gustaf outras. Bjorn possui uma voz bastante melódica, o que o torna adequado a músicas mais calmas e mais pop, embora haja excepções ("Sweet Ride" ou "Killer Kaczinsky"). Já Gustag possui uma voz plena de garra, o que assenta como uma luva em canções mais "a rasgar", mas não descurando também o slow ("The New Boy" ou "This Dream is Over") . A nivél de composição, formam uma dupla quase perfeita, com um sentido musical muito interessante!


Tudo começa em 1995, quando Bjorn formou a banda Butler. Após várias entradas e saídas, o conjunto estabilizou (mudando também o nome para Mando Diao), e começou a ganhar o calo necessário para se fazer á vida musical. E eles levaram-no bem a sério! Aos 17 anos, depois de dizerem adeus á escola, fecham-se em casa a compor durante 6 meses, ao que depois disso começaram a dar concertos, tentando agitar as hostes. Um jornalista local ficou impressionado com a performance da banda e, numa reportagem, escreveu que era um absurdo que uma banda como aquela não tivesse editora. A fama chega a Estocolmo, onde um V.J da MTV lhes abre as portas da editora E.M.I .


Em pouco tempo, e por mérito próprio, dão um grande passo para a fama. É lançado "Bring'em in", um excelente disco, mas onde está ainda patente nalguns pontos a inexperiência nas altas andanças. Contudo já lá moravam hinos como "Mr Moon" (uma das melhores baladas que já ouvi), os frenéticos "Sheepdog" e "Sweet Ride", e a beleza de "To China with Love", entre outros. Mesmo ainda "verdes", já tinha aparecido uma grande banda, e um dos discos marcantes do circuito mais alternativo. Depois da extensa tourneé, vão para Bath (Inglaterra), e gravam as demos para o segundo album, "Hurricane Bar" (nada mais nada menos que 60!).



Richard Rainey, que trabalhou com o U2, teve acesso ás demos e ao primeiro disco, e fica impressionado e "intrigado com a originalidade das canções", segundo consta. Depois de um concerto em Berlim, eles encontram-se, e como foi entendimento imediato, resolveram trabalhar juntos na gravação do 2º disco. Por ter sido gravado longe de casa, "Hurricane Bar" sintetiza os sentimentos da banda pela cidade natal. É um álbum bem trabalhado, sem preocupações de tempo (por exemplo, "Clean Town" levou quase dois anos a ficar pronta), o que é meio caminho andado para que o trabalho saia bem feito, com os índices de creatividade no pico, e ainda assim sem perder a essência que os celebrizou e os marcará sempre. Este álbum contém pérolas como "All my senses", o rock de "God Knows" (que rodou imenso tempo aqui em Portugal num anúnciod e telemóveis), e "Annie's Angle", a melancolia de "Ringing Bells"... Pode-se considerar o seu álbum mais homogéneo, e o meu favorito. Excelente e bastante recomendável!


Embarcaram então para mais uma tourneé, espalhando o seu som pelos quatro cantos do planeta, despertando cada vez mais atenções. O ritmo de concertos é frenético, quase não tendo tempo para voltar á sua terra natal, a não ser que haja uma data para lá marcada. Mas nos fins de 2005 lá decidem fazer uma pausa, e assentam arraiais para gravar "Ode to Ochrasy", que fica pronto a meio de 2006. É claramente o seu álbum mais produzido (ainda que não levasse o tempo que anteriores levaram a gravar), e onde se notam maiores diferenças no seu som, com mais arranjos do que era habitual, e onde as guitarras perdem alguma força mas ganham mais complexidade, subindo um pouco mais a fasquia, algo próprio de quem quer evoluir.


Embora o rock esteja também muito presente , nomeadamente no single "Long Before Rock'n'Roll " ou no brilhante "Tony Zoulias (Lustful Life)", é dado muito espaço a sonoridades mais tristes e melancólicas (a grande balada "The New Boy", "Josephine", "Ochrasy", só com guitarra acústica e onde Bjorn faz uma prestação vocal fantástica, ou a psicadélica "Amsterdam"), com incursões surpresa pelo punk de "Killer Kaczinsky" e... pelo country de "Good Morning Herr Host", o single escolhido para a Alemanha, onde eles têm um culto muito especial.

Com uma carreira muito equilibrada, sem picos mas sempre em curva ascendente, estão para durar estes rapazes que parecem tratam as grandes canções por tu! Pessoalmente desejo o estrelato para eles, merecem-no claramente!


Mr.Moon


Sheepdog


God Knows


Down in the Past


Long before Rock'n'Roll (Ao vivo)


Good morning, Herr Horst

2 comentários:

Ed disse...

hey!
obrigado...
força aí para o teu blog "Tommy´s Music"...
vai aparecendo...

fica bem!
Eduardo
www.punkadaria.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

tb amo mando diao..fiquei mto triste por faltarem ao concerto em paredes..fui de preposito para os ver...
espero q venham em 2008 a porugal..

:)

mando diao... for ever..